Criação de mais duas vias no eixo Contumil-Ermesinde prevê supressão de passagens de nível
2009-05-20
CARLA SOFIA LUZ
http://jn.sapo.pt/paginainicial/pais/concelho.aspx?Distrito=Porto&Concelho=Gondomar&Option=Interior&content_id=1237756
A ampliação de duas para quatro vias da Linha do Minho entre as estações de Contumil (Porto) e Ermesinde (Valongo) condena à demolição 14 habitações e algumas oficinas e armazéns. A maioria das casas fica em Rio Tinto.
A intervenção da Refer, que decorrerá ao longo de seis quilómetros, ocupa logradouros de casas e áreas verdes públicas e contempla a supressão de todas as passagens de nível, substituídas por ligações pedonais e rodoviárias por cima ou por baixo da linha férrea. A obra contribuirá para a melhoria da segurança no eixo Contumil-Ermesinde, onde se sucedem os acidentes mortais com transeuntes e passageiros quando tentam cruzar a via. Pondo fim aos atravessamentos, os seis quilómetros da Linha do Minho (nos concelhos do Porto, Gondomar e Valongo) serão vedados.
O estudo prévio para a duplicação da linha, desenvolvido pelas empresas Ferbritas e Ecossistema, está a ser alvo de avaliação de impacto ambiental. A consulta pública começou na passada sexta-feira e prolonga-se até ao dia 30 de Junho. A declaração de impacto ambiental deverá ser emitida até 10 de Setembro deste ano. Porém, desconhece-se a data de arranque da empreitada. As maiores mudanças serão na envolvente à estação de Rio Tinto, em Gondomar. O próprio equipamento ferroviário sofrerá uma reformulação, tal como o apeadeiro da Palmilheira, na Maia.
No momento em que a capacidade do troço está praticamente esgotada, a construção de mais duas vias resolverá o "estrangulamento de exploração das linhas do Douro e do Minho", beneficiando, em particular, as ligações a Braga e a Guimarães. No estudo prévio, refere-se que, numa segunda-feira normal, passam 110 composições naqueles seis quilómetros, sendo 98 de passageiros (a maioria (75) é de serviços urbano e suburbano) e 12 de mercadorias. A ampliação manterá a linha férrea à superfície, apesar dos pedidos de enterramento na zona de Rio Tinto. A análise comparativa das duas soluções data de 2007, tendo-se concluído que a manutenção da via à superfície é "globamente mais vantajosa".
No documento em consulta pública, refere-se que o rebaixamento tornaria a obra mais longa (prolongar-se-ia por mais um ano e cinco meses) e 50% mais cara. A escavação seria feita com recurso a explosivos, mas, feito o túnel, reduziria o ruído da circulação de comboios em torno da estação de Rio Tinto, que ficará enterrada. Optando-se pela solução à superfície, o actual edifício da estação será mantido e recuperado. Passará de duas para três plataformas de passageiros. O cais coberto e o parque de estacionamento, existente no lado nascente, desaparecerão. A demolição da área de aparcamento será antecedida da construção de um silo com capacidade para acomodar 268 viaturas. "Esse silo terá ligação directa com a passagem inferior pedonal e será articulado com o caminho de acesso" à futura estação da Lourinha do metro do Porto. A actual ponte sobre o rio Tinto também será alargada para permitir a construção das quatro vias.
Também o apeadeiro da Palmilheira, em Águas Santas, onde já morreram pessoas, este ano, a cruzar a via férrea, será requalificado. Não haverá mais atravessamentos das linhas. O trajecto entre os cais será assegurado pela nova passagem superior de peões com escadas e elevadores. Ao lado do apeadeiro, ficará um parque de estacionamento para 60 veículos. Já a ponte da Palmilheira será substituída por uma nova, integrada numa rotunda oval.
quarta-feira, 20 de maio de 2009
Ampliar Linha do Minho obriga a demolir 14 casas
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Infra-estruturas,
Transportes
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