segunda-feira, 3 de janeiro de 2005

Quatro comboios por hora na "nova" linha de Leixões

http://jn.sapo.pt/2005/01/03/grande_porto/quatro_comboios_hora_nova_linha_leix.html


ferrovia Serviço tipo "shuttle" garantirá ligação de Matosinhos até Ermesinde (Valongo), no máximo, em 28 minutos Serviço de passageiros deve arrancar até ao final do próximo Verão



Estação de Leça do Balio é uma das 10 que fazem parte da Linha de Cintura, que deverá abrir no final do próximo Verão



Apartir do final do próximo Verão, os comboios que transportam milhares de toneladas de mercadoria de e para o porto de Leixões vão voltar a partilhar os carris da Linha de Cintura com composições de passageiros. O secretário de Estado dos Transportes, Jorge Borrego, já assinou o despacho que formaliza a comissão técnica para consolidar os estudos preliminares efectuados pela CP. Mas os pressupostos do novo serviço de transporte ferroviário da Área Metropolitana do Porto já estão definidos.

O objectivo é efectuar ligações tipo "shuttle", entre Leixões (Matosinhos) e Ermesinde (Valongo), com quatro composições por hora, em cada sentido, nas chamadas horas de ponta (das 7 às 9.30 horas e das 17 às 22 horas). Contas feitas, vai haver um comboio de 15 em 15 minutos. Fora dos períodos de maior procura (entre as 6.30 e as 7 horas, das 9.30 às 17 horas e entre as 20 e as 22.30 horas), a frequência baixa para as duas composições por hora, em cada sentido.

Os comboios de passageiros deverão demorar entre 25 a28 minutos para percorrer os 18 quilómetros de extensão da linha, cujo funcionamento gera expectativas optimistas. Os estudos efectuados pela CP indicam que, no período compreendido entre o primeiro e o quinto ano de exploração, a linha de Leixões poderá ter mais de 34 mil pessoas a viajar por dia. Mesmos as previsões mais moderadas indicam sempre valores que superam os 20 mil utentes.

A comissão técnica liderada pela Autoridade Metropolitana de Transportes vai aprodundar os estudos efectuados pela CP, nomeadamente quanto à vertente económica do projecto e à sua componente intermodal. Porque a reabertura da linha de Leixões ao transporte de passageiros implica a optimização da intermodalidade, quer com os restantes serviços da CP (linhas do Douro e do Minho, em Ermesinde), quer com as linhas do metro do Porto. Nesse sentido, está prevista a construção de cinco interfaces. O investimento estimado para adaptação da linha de Leixões ao serviço de passageiros é de 1,3 milhões de euros.

O serviço de passageiros terá de ser bem articulado com o tráfego de mercadorias numa linha que, apesar de estar preparada (há muitas décadas) para receber via dupla, mantém-se em via simples, com excepção de um pequeno troço em Águas Santas, no concelho da Maia.

Actualmente, a linha de Leixões é usada para o transporte de mercadorias de e para o porto de Leixões. Todos os anos, milhares de contentores e toneladas de mercadoria passam pelos carris. E também há composições de passageiros a circular, embora não seja em exploração comercial. Trata-se de um serviço de transportes de trabalhadores da REFER (quatro comboios por dia), a partir de Contumil, via Ermesinde.