sexta-feira, 10 de novembro de 2006

Lear fecha as portas em Abril e manda 545 para o desemprego

http://jn.sapo.pt/2006/11/10/porto/lear_fecha_portas_abril_e_manda_para.html




Silêncio e tristeza na saída dos trabalhadores no dia em que a direcção anunciou o fecho da Lear


Inês Schreck

Lear fecha as portas em Abril

e manda 545 para o desemprego

Asurpresa chegou no final do almoço. Ao início da tarde de ontem, os trabalhadores da Lear Corporation, em Valongo, foram convocados para uma reunião geral, onde foram informados de que a fábrica de cablagens para automóveis vai encerrar definitivamente em Abril do próximo ano. A unidade emprega 545 operários que começarão a engrossar as filas do desemprego a partir do próximo mês.

Na hora de saída de mais um dia de trabalho, a tristeza e o silêncio. Virgínia Pedroso, há 15 anos na fábrica, foi a única a enfrentar os jornalistas. "Imaginávamos que podia acontecer, não contávamos era que fosse tão rápido", diz, ainda atordoada com a violência da notícia que recebera. À sua volta, as colegas abandonam as instalações com pressa. "Vamos falar para quê? Escrevam que isto é uma tristeza, não há mais nada para dizer", atiravam de longe.

O anúncio do fecho da Lear colocou o Ministério da Economia em alerta. O Estado, que apoiou a instalação da Lear em Portugal, fala em "incumprimento grave e definitivo do contrato de investimento". A Agência Portuguesa para o Investimento (API) nota que foram feitas recentemente auditorias formais às fábricas de Valongo, Póvoa de Lanhoso e Palmela e avisa que o incumprimento do contrato trará "todas as consequências legais e contratuais, nomeadamente em matéria de devolução dos incentivos concedidos".

A Lear, por sua vez, afirma que a decisão de fechar a unidade foi tomada há duas semanas e que "o final da produção ocorre após o fim do prazo do contrato estabelecido entre a empresa e o Estado".

Segundo fonte oficial da empresa, cujo único cliente é a marca Jaguar, a unidade de Valongo apresenta resultados negativos desde 2001. "O projecto não é economicamente viável desde essa altura", refere a mesma fonte, adiantando que a produção vai ser transferida para a Polónia, país onde a mão-de-obra custará à Lear "cerca de metade" do que custa em Portugal.

Em Junho
deste ano, a Lear de Valongo despediu 285 trabalhadores. Na altura, a empresa garantia a continuidade da produção, mas os sindicatos já temiam o pior. Hoje, a direcção e os representantes dos trabalhadores reúnem para começaram a negociar um acordo de rescisão.



Em Junho foram despedidos 285

Em Maio, a direcção da Lear de Valongo deu conta de que iria dispensar 285 trabalhadores. 182 funcionários rescindiram por mútuo acordo, os restantes 103 foram alvo de um despedimento colectivo. Entretanto, alguns operários foram acordando a saída. Actualmente há 545 efectivos que serão despedidos gradualmente a partir de Dezembro.



Indemnizações

Os trabalhadores da Lear de Valongo que rescindiram por mútuo acordo em Junho receberam uma indemnização correspondente a 1,85 salários por cada ano de trabalho. Fonte oficial da Lear afirmou, ao JN, que "não há qualquer razão para duvidar que o presente processo negocial tenha resultados diferentes" dos alcançados no passado.



Em busca de mão-de-obra mais barata

A produção de cablagens eléctricas requer grandes quantidades de mão-de-obra. Diminuir este custo de produção é o argumento da Lear para se mudar para a Polónia.



Garantias sobre a fábrica de Palmela

A Lear garante que vai manter aberta a unidade de Palmela, onde são produzidos assentos para automóveis

sexta-feira, 29 de setembro de 2006

Lojistas e feirantes contra concentração de supermercados

http://jn.sapo.pt/2006/09/29/porto/lojistas_e_feirantes_contra_concentr.html


António Silva lembra que os pequenos comerciantes não podem adormecer. Se o fizerem, desaparecem

Carla Sofia Luz

"Temos supermercados a mais para população a menos". O desabafo é de Alberto Silva, um dos comerciantes mais antigos do centro de Valongo. Proprietário do talho Flor da Ponte desde 1959, não esconde o desalento pela perda de receitas com a abertura de vários supermercados na cidade nos últimos anos. Quebras que são registadas, também, por outros comerciantes e pela Associação de Feirantes do Distrito do Porto. Na véspera da abertura da sétima superfície comercial no centro de Valongo, a associação protesta contra o "exagero de oferta" e lembra os elevados prejuízos dos feirantes.

"É um exagero de oferta de equipamentos comerciais. Não sei se há algum critério no licenciamento, porque não estão a levar em linha de conta os outros supermercados já existentes. Vão acabar por absorver os clientes do comércio tradicional e da própria feira de Valongo. Será o sétimo equipamento aberto todos os dias e com horário alargado. Irá aniquilar o comércio da feira", lamenta Fernando Sá, presidente da Associação de Feirantes do Distrito do Porto, assinalando que, na feira semanal que se realiza aos sábados, em Valongo, há cada vez menos comerciantes.

"Regista uma desistência da ordem dos 40%", garante.

Tradição pode acabar

O presidente da Câmara Municipal de Valongo, Fernando Melo, compreende a insatisfação dos comerciantes. No entanto, assegura que o Município está a cumprir as regras da livre concorrência ao autorizar as unidades.

"Existem regras nacionais e internacionais da livre concorrência. A Câmara de Valongo, com a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional e a Direcção-Geral de Economia, aprovaram a localização das unidades, de acordo com essas regras. As pessoas não ficam satisfeitas e eu compreendo, mas terão de adaptar-se aos novos conceitos e à evolução que o Mundo sofreu. As unidades não podem ser proibidas", argumenta o autarca. Fernando Melo destaca os benefícios da livre concorrência "Quem oferecer os melhores serviços é que sobrevive. Quem beneficia é o consumidor".

Para os comerciantes e feirantes de Valongo, o problema reside na concentração de superfícies comerciais numa área geográfica reduzida. "Num meio tão pequeno, são supermercados a mais. Nós, pequeninos, precisamos de manter a qualidade dos produtos e nunca adormecer, caso contrário acabam com o comércio tradicional", sentencia António Silva, que, há 31 anos, vende produtos tradicionais e de mercearia n'O Cafezeiro, no coração da cidade. Para o lojista, a simpatia e a qualidade ainda são trunfos fundamentais para a fidelização de clientes.

Contudo, denuncia o receio de sobrevivência ao olhar para o futuro, porque a concentração de supermercados também mexeu com as contas da sua loja. "O meu medo é que os clientes antigos estão a acabar e esta juventude já não liga a tudo isto. Por exemplo, nós vendemos café ao quilo. Essa tradição pode acabar. Antigamente, vendia 800 quilos de café por semana. Agora, são 120 quilos", conta.

Fernando Sá não afasta a hipótese de lançar um desafio aos feirantes e comerciantes para, em sinal de protesto, se concentrarem à porta do supermercado Modelo no dia da abertura.

sábado, 2 de setembro de 2006

Grande Porto tem metade do desemprego do Norte (o caso de Valongo)

http://jn.sapo.pt/2006/09/02/porto/grande_porto_metade_desemprego_norte.html

Fernando Timóteo

Desemprego com números preocupantes na Área Metropolitana

Hugo Silva

Os 14 municípios da Grande Área Metropolitana do Porto (GAMP) concentram cerca de metade (100 059) do total de de-sempregados da Região Norte do país (203 615). De acordo com os mais recentes dados do Instituto Português de Formação Profissional (IEFP), referentes ao final de Junho passado, Vila Nova de Gaia, o concelho mais populoso da GAMP também é aquele que apresenta maior número de desempregados 22 814. Porto, com 13 971, e Gondomar, com 10 813 completam o trio de municípios no topo de lista.

Por sua vez, Arouca (638), S. João da Madeira (1081) e Espinho (2442) são os concelhos com menor número de pessoas à procura de emprego, sendo que também são dos que apresentam menor índice de população residente.

Os dados disponibilizados pelo IEFP indicam, ainda, que há 8953 desempregados em Matosinhos, 7680 em Santa Maria da Feira, 7399 na Maia, 6934 em Santo Tirso, 5940 em Valongo, 4787 em Vila do Conde, 3353 na Póvoa de Varzim e 3254 na Trofa. No conjunto dos 14 concelhos verifica-se que a maioria das pessoas sem emprego são mulheres 56 745. O número de homens à procura de trabalho fica-se pelos 43 314.

Caso de Valongo

Ontem, o BE alertou para o caso específico de Valongo, suja subida da taxa de desemprego é assinalável. De acordo com um comunicado enviado à Lusa, a estrutura concelhia daquele partido alerta para o facto do valor percentual do desemprego, em Valongo, ultrapassar em 5,15% a média nacional. Refere o BE que a taxa valonguense ascende aos 13,15%, enquanto a média do território nacional se fica pelos 8%.

Segundo o mesmo documento, o Centro de Emprego de Valongo registou 575 novos casos, enquanto as ofertas de emprego foram apenas 93 e as colocações concretizadas 66. No texto, divulgado a propósito da Marcha pelo Emprego - iniciativa do BE que também passará por Valongo, explicita-se que o tecido empresarial do concelho é dominado por microempresas "com imensas limitações de gestão e tecnologias" e que as próprias multinacionais "revelam total vulnerabilidade aos processos de deslocalizações".

"Obras de fachada"

O BE também responsabiliza a Câmara Municipal de Valongo, liderada pelo PSD, pela actual situação revelada num diagnóstico social coordenado pela própria autarquia.

"Gastou-se dinheiro que havia e não havia em obras de fachada e não se apetrecharam as zonas industriais com as infra-estruturas necessárias. Criaram-se lugares para assessorias no poder, mas não se pensou em planos de apoio a desempregados e criação de apoio público para a população", sentenciou, ainda, o BE, no texto divulgado pela Lusa.

quarta-feira, 9 de agosto de 2006

Fogo de Valongo não pára

http://jn.sapo.pt/2006/08/09/nacional/fogo_valongo_para.html

Bombeiros estão desde segunda-feira a combater fogo de Valong

Ana Sofia Coelho, Filipa Poceiro, Helena Silva, José Carlos Maximino e Pedro Antunes Pereira *

Passadas 38 horas, o fogo de Valongo continuava por circunscrever. Eram já 19 horas e ainda era visível fumo na serra de Pias, em Valongo. O incêndio que deflagrou anteontem às 6.20 horas e se prolongou para algumas serras de Gondomar, reacendeu na noite de ontem junto à estrada D. Miguel, em São Pedro da Cova. As chamas foram combatidas por várias corporações de todo o país, mobilizando 314 homens e 102 veículos.

Em Aguiar de Sousa (Paredes), o fogo também não deu descanso aos bombeiros. Durante a madrugada de ontem, o incêndio alastrou-se até Gondomar. " Perto do campo de futebol de São Pedro da Cova não se podia ver nada com o fumo", descrevia José Silva, residente na Rua de Rio Ferreira, no concelho gondomarense.

Estes eram dois dos cinco incêndios que estavam por circunscrever no final de um dia com bastantes ocorrências, embora em número muito inferior relativamente aos dias anteriores.

quinta-feira, 4 de maio de 2006

Centro de Saúde de Ermesinde avança

http://jn.sapo.pt/2006/05/04/porto/centro_saude_ermesinde_avanca.html

A construção do futuro Centro de Saúde de Ermesinde/Alfena, em Valongo, deve arrancar já no próximo Verão, mais concretamente em finais de Julho. A previsão é da Administração Regional de Saúde do Norte (ARSN), que abriu na passada semana o concurso público para a edificação do equipamento que servirá cerca de 30 mil habitantes das freguesias de Alfena e de Ermesinde, sendo que a maior parte dos utentes será da primeira.

O prazo de execução das futuras instalações, na Rua da Bela, em Ermesinde, é de 15 meses e o preço-base do concurso público é de 1,47 milhões de euros. Segundo o JN apurou junto de fonte da Sub-Região de Saúde do Porto, a nova unidade representará um "grande salto qualitativo" em relação aos actuais centros de Ermesinde (que deverá continuar a funcionar) e de Alfena, que se encontram "subdimensionados".

O Centro de Ermesinde/Alfena será dotado, entre outras valências, de três unidades de saúde familiar, com um total de 13 médicos, bem como de 20 gabinetes médicos. "Terá todas as condições exigidas a um centro de saúde moderno", garante a ARSN. Se a tramitação do concurso público decorrer normalmente, a obra deve avançar já Julho e deverá estar concluída no último trimestre do próximo ano.

Contactado pelo JN, Fernando Melo, presidente da autarquia, congratulou-se com o avanço do processo, mas lamentou ter tido apenas conhecimento da abertura do concurso público através do anúncio publicado na Imprensa. "Não houve qualquer contacto ao nível governamental ou da ARS", criticou, admitindo ainda que preferia a construção de duas unidades de saúde, uma em cada freguesia. Nuno Silva

30 mil habitantes das freguesias de Alfena e de Ermesinde passarão a ser servidas pela futura unidade de saúde do concelho. 15 meses é o prazo para a execução da empreitada, que deve arrancar já neste Verão, segundo a previsão da ARS.

sábado, 8 de abril de 2006

Um depósito de resíduos "vizinho" de um ecocentro

http://jn.sapo.pt/2006/04/08/porto/um_deposito_residuos_vizinho_um_ecoc.html

alfredo cunha

Lixeira a céu aberto envolve Ecocentro de Valongo e acolhe os resíduos que não têm lugar no espaço

Patrícia Alves Tavares

É mais uma lixeira a céu aberto, mas tem a particularidade de "cercar" um ecocentro, em Valongo. São cerca de 200 m2 de resíduos industriais, nomeadamente pneus e materiais provenientes da construção civil, que não são aceites por aquela unidade de recolha de lixo e, por isso, são lançados mesmo no terreno ao lado...

Segundo o JN apurou, empresas e particulares deslocam-se frequentemente ao equipamento camarário, com o intuito de deixarem os "entulhos" para serem posteriormente reciclados. No entanto, neste espaço só são aceites resíduos como plásticos, cartão, vidro, madeiras, ferro e os chamados "monstros" domésticos (sofás, colchões, frigoríficos).

Ou seja, os designados "entulhos" não têm lugar no Ecocentro de Valongo e caricatamente são largados, durante a noite, no terreno que envolve o referido espaço. O terreno, que segundo populares, pertencerá à autarquia, já foi alvo de algumas limpezas junto à entrada do estaleiro.

A restante zona continua a servir de "ecocentro" para os resíduos "excluídos", aumentando os riscos para os habitantes do Bairro do Calvário, em caso de incêndio. O bairro divide parte do seu espaço com a lixeira, o que traz "inúmeros perigos para quem ali mora, especialmente no Verão, porque devido à ausência de limpeza do terreno e, em caso de incêndio, os resíduos propiciam o alastramento das chamas", referem os populares.

Contactado pelo JN, o pelouro do Ambiente da Câmara referiu "ter conhecimento da situação" e que pretende "fazer a limpeza do local". No entanto, recusou-se a esclarecer quem são os proprietários do terreno e o porquê de o ecocentro (quase vazio) não aceitar todo o tipo de lixos.

segunda-feira, 6 de março de 2006

Alargamento da A4 até Ermesinde

http://jn.sapo.pt/2006/03/06/grande_porto/alargamento_a4_ermesinde.html


trânsito Deputados do PSD pedem soluções para combater as dificuldades para circular na auto-estrada

Dois deputados social-democratas eleitos pelo Porto apresentaram um requerimento na Assembleia da República solicitando ao Governo soluções que permitam pôr fim aos congestionamentos de tráfego na A4 (Porto/Amarante), nomeadamente junto ao túnel de Águas Santas e ao troço até Ermesinde.

No documento, os deputados Agostinho Branquinho e Jorge Costa solicitam ao ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações que encontre "soluções para eliminar o constrangimento provocado pelo túnel".

Argumentando que esta auto-estrada representa uma acessibilidade fundamental na Área Metropolitana do Porto (AMP) e que é percorrida, todos os dias, por dezenas de milhar de veículos, os social-democratas defendem o alargamento do lanço entre Águas Santas e Ermesinde.

Governo não decide

Para os deputados, os constrangimentos que se verificam têm a sua origem mais próxima no estrangulamento que constitui o túnel de Águas Santas, próximo do nó com a A3 (Porto/Braga), e na não execução de obras de alargamento do dito lanço.

"O Governo descurou completamente este processo ao não lhe dar a atenção que a importância da obra exigia e que as populações a servir mereciam", acusam os parlamentares. Os deputados afirmam ainda que "o Governo teima em não decidir em tudo o que diga respeito a acessibilidades à região do Porto".

Agostinho Branquinho e Jorge Costa lembram que a situação, "já hoje insuportável, será brevemente agravada" com a entrada em serviço do lanço da A4, entre Águas Santas, onde agora termina, e o nó de Sendim, em Matosinhos, em construção.

quarta-feira, 1 de março de 2006

'Greve' à multa continua nos parquímetros

http://jn.sapo.pt/2006/03/01/grande_porto/greve_a_multa_continua_parquimetros.html

estacionamento Câmara e concessionária reúnem hoje por causa da polémica subida do custo

Nuno Silva

A "greve" à multa continua, em Valongo e em Ermesinde. A polémica subida do custo dos parquímetros (de 30 para 50 cêntimos/hora) será discutida, hoje, numa reunião entre a Câmara e a administração da empresa que explora o estacionamento no concelho. Fonte da autarquia confirmou a realização do encontro com responsáveis pela "Construções Europa Ar-Lindo" e sublinhou que os fiscais municipais continuam com instruções para não multarem os infractores - a forma encontrada para reagir ao aumento "surpresa" do tarifário.

Contactada pelo JN, a empresa limitou-se a afirmar que "está a ser respeitado o contrato com a Câmara". Um argumento que não convence a autarquia, que já admitiu mesmo revogar a concessão e levar o caso para tribunal.

Reacções distintas

Certo é que a subida dos custos do estacionamento está a motivar reacções distintas entre os automobilistas, em Valongo e Ermesinde. Enquanto uns foram apanhados de surpresa, outros mal deram conta da diferença e houve também os que simplesmente estacionaram os veículos sem colocar a moeda, por saberem da "greve" que os fiscais camarários estão a fazer à multa.

Cecília Amorim, por exemplo, admitiu não se ter apercebido da mudança, mas não deixou de criticar a forma como os parquímetros estão distribuídos. "Não há um sítio em Ermesinde onde se possa deixar o carro sem pagar. Assim as pessoas deixam de cá vir", lamentou, classificando a instalação de parquímetros como "a maior estupidez de todos os tempos".

"O preço aumentou?"

Apoiado numa bengala, Serafim Rocha, que em Abril faz 78 anos, puxada moeda de 50 cêntimos para "comprar" uma hora de estacionamento. Os lugares destinados a deficientes estavam ocupados. O reformado também desconhecia a polémica em torno do tarifáro"O preço aumentou? Não sabia. Costumo pôr sempre 50 cêntimos".

"Já não bastava termos o imposto municipal de circulação... Enfim, têm que se arranjar fontes de receita de qualquer maneira", desabafou por sua vez Joaquim Silva, que tinha acabado de deixar o veículo numa zona de estacionamento pago, próximo à estação de Ermesinde.

Notas

Pagamento

O estacionamento é pago entre as 8.30 e as 20 horas nos dias úteis e das 8.30 às 13 horas, aos sábados. Aos feriados e domingos é gratuito. Cada hora custa 50 cêntimos.

História

Em Abril do ano passado, a Câmara de Valongo aprovou a redução do custo dos parquímetros de 60 para 30 cêntimos. Na semana passada, a concessionária subiu o preço para 50 cêntimos.

Desprevenidos "Fomos apanhados desprevenidos. A empresa diz que procedeu ao aumento de acordo com o contrato de concessão, mas o aumento deveria ter sido ratificado pela Câmara". Foi assim que Fernando Melo, presidente da autarquia, reagiu à subida do preço dos parquímetros, acrescentando que o assunto está a ser analisado pelos juristas. A matéria dominou a última Assembleia Municipal. O PS falou em "braço de ferro".

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2006

Travada central eléctrica no rio

http://jn.sapo.pt/2006/02/03/grande_porto/travada_central_electrica_rio.html



Fernando Mel

A Câmara Municipal de Valongo rejeitou, ontem, por unanimidade, em reunião pública, a construção de uma mini-hídrica no rio Ferreira, no lugar da Azenha, em Campo. Por outro lado, os vereadores do PS, para surpresa do Executivo camarário, não ratificaram o protocolo do futuro Hospital Privado de Alfena, repudiando a forma como dizem ter sido tratados.

O anteprojecto do "Aproveitamento Eléctrico das Azenhas das Oliveiras", um investimento da empresa Sociedade Hidroeléctrica de Riba d'Ave, que esteve em discussão pública até meados de Dezembro do ano passado, mereceu vivas críticas por parte da autarquia.

Rede Natura

A moção aprovada, que foi apresentada pelo presidente da Câmara de Valongo, Fernando Melo, alerta para o facto de a mini-hídrica, além de violar o PDM de Valongo, afectar a Rede Natura 2000. "Neste estudo foi menosprezada a importância do Parque Paleozóico de Valongo, do Projecto Conservação de quatro espécies rara e das actividades associadas desenvolvidas pela autarquia nas serras de Santa Justa e Pias", pode ler-se na moção.

O documento irá ser enviado a diversas entidades, nomeadamente o Ministério do Ambiente, do Ordenamento do Território e do Desenvolvimento Regional, a quem competirá licenciar o projecto.

Entretanto, o futuro Hospital Privado de Alfena, ainda sem ter passado de um conjunto de intenções de investimento, já gerou polémica.

Secretismo e rapidez

O PS considerou que o protocolo, assinado entre a autarquia e a Casa de Saúde da Trofa, "mais não é do que uma vaga declaração de intenções que não define, objectivamente, a que obriga as partes, sendo certo que há uma parte, o investidor, que não se obriga a nada".

"O secretismo e a rapidez com que tudo se desenvolveu suscitam, por isso, a mais legítima preocupação, pelo que não deixaremos de estar atentos ao desenvolvimento de todo o processo", refere o PS.

"O Hospital de Alfena é um motivo de regozijo para todos. Espanta-me que não o seja para o PS", retorquiu Fernando Melo. Reis Pinto

quarta-feira, 25 de janeiro de 2006

Projecto de 50 milhões de euros prevê novo hospital em Alfena

http://jn.sapo.pt/2006/01/25/grande_porto/projecto_50_milhoes_euros_preve_novo.html


emprego Investimento, que assegurará cerca de 1400 postos de trabalho, vai ser hoje à tarde apresentado Autarquia fala em nova centralidade, com lojas e zona residencial


Hospital da Trofa (na foto) deverá investir numa nova unidade hospitalar em Valongo

Reis Pinto

Um novo hospital vai nascer em Alfena (Valongo), integrado num megaprojecto, orçado em cerca de 50 milhões de euros, resultante de uma parceria entre a Câmara Municipal de Valongo e uma entidade privada. O projecto, que esteve rodeado de um grande secretismo, irá ser apresentado, na tarde de hoje, no Centro Cultural de Alfena.

A nova unidade de saúde irá nascer, segundo o JN apurou, com capitais do Hospital da Trofa, que retoma, assim, um projecto já antigo para Alfena.

A conclusão de algumas das acessibilidades previstas (como a abertura do nó de Alfena, da A42 - que liga a Paços de Ferreira - ou as obras de duplicação do IC24) terá sido decisiva para a concretização deste investimento.

Zona residencial

O projecto da "nova centralidade de Alfena", de acordo com um comunicado da Câmara Municipal de Valongo, contempla, ainda, a criação de residências para estudantes, equipamentos comerciais, uma estrutura de apoio à Terceira Idade e uma zona residencial.

O empreendimento irá contar, também, com zonas de lazer e espaços infantis, entre outros equipamentos.

Segundo as previsões avançadas, ontem, pela autarquia valonguense, este investimento prevê a criação de mais de 400 postos de trabalho directos e mais de um milhar de indirectos.

A Câmara de Valongo não adiantou datas para o início ou conclusão do projecto, bem como a localização da nova centralidade de Alfena. Um segredo que será revelado, hoje, pelas 15.45 horas.

PS recordou "fracassos" anteriores

"Assusto-me quando ouço falar de nova centralidade em Valongo. Lembro-me da Quinta da Lousa, em que só a primeira fase ficou concluída, ou da Nova Valongo que, até ao momento, consiste apenas na Biblioteca Municipal", afirmou Maria José Azevedo, vereadora socialista na Câmara de Valongo.

Maria José Azevedo lembrou, igualmente, que o "boom" de construção deixou "quatro mil fogos devolutos (vazios ou por concluir) no concelho".

"Os bancos tiveram de assumir a posse das habitações e, neste momento, já não concedem empréstimos para construir em Valongo. Vamos ver qual vai ser o papel da autarquia nesta parceria", concluiu a vereadora socialista.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2006

Fernando melo: "Perdemos mais de metade das taxas da construção"

http://jn.sapo.pt/2006/01/09/grande_porto/perdemos_mais_metade_taxas_construca.html

Fernando melo, presidente da Câmara de valongo
"Perdemos mais de metade das taxas da construção"

fernando oliveira

Fernando Melo pretende construir os novos Paços do Concelho, que ficarão na Nova Valongo, ainda durante o seu último mandato

Reis Pinto

Fernando Melo iniciou o seu quarto - "e último"- mandato à frente da Câmara Municipal de Valongo em tempo de "vacas magras". Só em taxas da construção civil, a autarquia terá perdido mais de metade das suas receitas. Fernando Melo, no entanto, argumenta que o investimento pesado está concluído e que este mandato vai ser marcado por três ou quatro obras, a começar pelo novo edifício da Câmara Municipal.


[Jornal de Notícias] Este vai ser efectivamente o seu último mandato?


[Fernando Melo] Vai, embora ainda me pudesse candidatar legalmente mais uma vez. Mas, para mim, chega. E, em princípio, será um mandato para levar até ao final, a não ser que surja algum problema de saúde. Com a minha idade, só se fosse para presidente da República...


E que projectos tem o Executivo para os próximos quatro anos?

Estamos em período de grande contenção orçamental e, por isso, destacaria o arranque do novo edifício da Câmara Municipal (a começar em 2007), a melhoria de algumas acessibilidades entre a sede do concelho e Ermesinde e a construção do novo mercado daquela cidade que, provavelmente, incluirá um centro de exposições.


Os novos Paços do Concelho vão ser emblemáticos...

O actual edifício está a rebentar pelas costuras e já nem quero saber como deixaram construir um prédio tão alto no centro da cidade. Com a nova câmara, o Palácio da Justiça e a Biblioteca Municipal juntos, iremos ter, finalmente, um Centro Administrativo. Se tudo correr como planeado, em 2009 estaremos a inaugurar a nova Câmara.


Poucos projectos para quatro anos. Isso deve-se a quê?

As grandes carências de Valongo estão praticamente resolvidas. Abastecimento de água, saneamento básico, educação e acessos. Por exemplo, apenas duas escolas básicas não dispõem de cantina, há piscinas, polidesportivos, etc. Por outro lado, houve grandes cortes nas transferências do Estado e registámos, em Valongo, uma enorme descida da receitas próprias, nomeadamente as provenientes da construção civil. Perdemos muito mais de 60% das taxas pagas. É uma brutalidade em termos orçamentais e, pelo menos nos próximos dois anos as despesas de investimento irão ser muito reduzidas. Espero que o Governo reconsidere, pois cada vez exige mais às autarquias com menos contrapartidas.


Mas continua a haver grandes assimetrias entre as autarquias do Norte e as do Sul?

Claro. Anunciam-se grandes investimentos para o Sul mas, curiosamente, no Norte há muito maior qualidade de vida e tudo graças às autarquias, independentemente da cor partidária. À volta de Lisboa, e tirando as honrosas excepções de Oeiras e Cascais, parece que ainda está tudo por fazer. Aqui, os concelhos têm piscinas cobertas, pólos de leitura nas freguesias, pavilhões gimnodesportivos, parques urbanos, etc.


Na agenda dos investimentos da Administração Central estão, inevitavelmente, o TGV e o aeroporto da Ota. O que pensa disso?

Interrogo-me se será a altura ideal para lançar o TGV, com todas as dificuldades que o país atravessa. Talvez fosse preferível aguardar uma fase mais favorável da nossa economia. Em relação à Ota, devo confessar que a minha opinião é muito pouco técnica. Sou muito sensível ao perigo que representa um avião passar por cima de uma cidade. Penso sempre nisso quando voo para Lisboa. Acho que o risco de acidente é demasiado grande. Claro que a construção de novo aeroporto na Ota tem os seus inconvenientes, mas, como disse, a minha opinião é mais "emocional".


E como anda a saúde económica do concelho?

Em termos de desemprego, por exemplo, estamos na média nacional. Mas temos excelentes vias de acessos (seremos o concelho do Norte com melhores acessibilidades), como a A3, a A4 e o IC24, além das linhas férreas do Minho e do Douro. Por outro lado, dispomos de três zonas industriais. A de Alfena, por exemplo, está completa e está relativamente limitada pelo IC24. Na de Campo estão instalados o Serviço Português de Contentores e a Central Rodoferroviária do Norte de Portugal. Temos ainda a Zona Industrial de Sobrado.



Mudando de assunto, do Executivo camarário anterior apenas se manteve um vereador. Porquê?

Efectivamente, esta foi a maior renovação dos meus quatro mandatos. Quis rejuvenescer a equipa. Os jovens são, por norma, mais inventivos, mais criativos. Foi graças às renovações a que procedi periodicamente que a Câmara Municipal de Valongo se tem distinguido, tanto interna, como internacionalmente. Fomos eleitos por três vezes o concelho mais limpo do país. Ganhámos os prémios da Excelência Autárquica e o Nacional do Ambiente, entre outros. E isto deve-se, em grande parte, à juventude dos nossos técnicos e vereadores. Os que saíram deram a sua preciosa colaboração, mas havia necessidade de meter gente mais jovem e penso que isso se percebe facilmente.


Tratando-se, como já disse, do seu último mandato, estará a "preparar" um sucessor?

Todos os vereadores têm condições para continuar numa autarquia. São pessoas competentes e interessadas.


O que pensa do alargamento da Área Metropolitana do Porto (AMP)?

Levanta-me algumas dúvidas. A Junta Metropolitana do Porto, por exemplo, só tem servido para os presidentes fazerem algum show. Vamos ver se isso se modifica com o aumento do número de concelhos. Veja-se o caso da serra de Santa Justa, que se estende por três concelhos, mas onde apenas Valongo investe.

Fernando Melo entra no seu último mandato, marcado por fortes restrições orçamentais

A JMP tem servido para os presidentes fazerem algum show

terça-feira, 3 de janeiro de 2006

PS diz que não há condições para governar o concelho

http://jn.sapo.pt/2006/01/03/grande_porto/ps_que_ha_condicoes_para_governar_o_.html


crÍticas Maria José Azevedo diz que se fosse presidente "não funcionaria nestas condições" Maioria contrapõe que funciona em sintonia entre os vereadores e pode gerir sem Orçamento


Maria José Azevedo acusou a Câmara de falta de diálogo

Reis Pinto

OPS de Valongo considerou, ontem, que o actual Executivo camarário "não tem o mínimo de condições para continuar a governar". Maria José Azevedo, vereadora daquele partido, referiu, mesmo, que não "funcionaria nestas circunstâncias".

"É público e notório que a actual equipa municipal apresenta divisões internas e de luta pelo poder pessoal. Este fenómeno é normal surgir em altura de fins de ciclo político e quando o líder principal perde força política", afirmou a vereadora que encabeçou a lista do PS nas últimas eleições autárquicas.

Sem diálogo

Esta tomada de posição dos socialistas de Valongo surge na ressaca do chumbo do Orçamento e do Plano de Actividades para o próximo ano, que ocorreu na última reunião da Assembleia Municipal.

A este propósito, os socialistas criticam a falta de "capacidade de diálogo da liderança do PSD". No processo de aprovação do Plano e do Orçamento "não forneceram previamente as suas propostas" e, acusam, "não dialogaram com ninguém" .

Segundo Maria José Azevedo, o PSD de Valongo "perdeu a noção da realidade social, económica e política do concelho". "Na cidade, o projecto "Nova Valongo", lançado pela Câmara numa aposta no cimento, resultou em mais de quatro mil casas devolutas, umas concluídas, outras por acabar. E Valongo é o concelho da Grande Área Metropolitana do Porto que apresenta as habitações com área mais pequena", revelou Maria José Azevedo.

A vereadora sublinhou que Valongo também está em "último lugar" entre os concelhos da Área Metropolitana do Porto no que diz respeito à qualidade de vida. Por outro lado, o PS criticou os gasto com o pessoal, sublinhando que, em termos médios, "cada funcionário vai custar a cada cidadão do concelho 139 euros".

"E é esse valor, em termos médios, que a Câmara de Valongo se propõe gastar com cada um dos cidadãos. Ou seja, as despesas globais anuais com pessoal são iguais ao que a Câmara investe em todo o concelho durante um ano", sublinhou Maria José Azevedo.

Os socialistas de Valongo criticam, ainda, a "admissão de cerca de duas dezenas de avençados, com custos anuais superiores a meio milhões de euros".

Reacção

O PSD, por seu turno, refuta a falta de liderança interna e sublinha que o Orçamento "foi pensado e trabalhado por todos, em sintonia".

"As propostas do Plano e do Orçamento foram devidamente explicadas aos líderes da Oposição. Mas nenhum deles apresentou sugestões. Ouviram e calaram. Mantemos as nossas preocupações com o apoio social e com o rigor nas contas. Não nos afastaremos dos nossos objectivos e não nos preocupam os duodécimos", afirmou o vereador social-democrata, Mário Duarte.

Vozes

Maria José Azevedo

Vereadora do PS

Eu nunca funcionaria nestas circunstâncias. Mas eles (PSD) é que sabem".

Mário Duarte

Vereador do PSD

O PS está contra apenas por estar. Não nos afastaremos do nosso Orçamento de rigor".

Gestão com duodécimos é incomum

Administrar uma autarquia pelo meio de duodécimos tem sido pouco comum, em Portugal. Tal acontece, como é o caso de Valongo, quando o Orçamento é chumbado na Assembleia Municipal.

A autarquia terá de, no prazo máximo de três meses, apresentar à Assembleia Municipal um novo Orçamento. Em caso de novo chumbo, a autarquia passará a dispor, mensalmente, de 1/12 avos do Orçamento do ano anterior. Vale isto por dizer que as câmaras estão impossibilitadas de lançar grandes projectos.

No entanto, o sistema de duodécimos permite executar toda a administração do Município com base no Orçamento do ano anterior, podendo ser corrigido.

No caso da Câmara de Valongo, o sistema de duodécimos trará ligeiras vantagens, porquanto o Orçamento do ano passado é maior do que o apresentado para este ano. Após o chumbo da passada quarta-feira, ainda não está agendada nova discussão do Orçamento. Se não for aprovado, será, provavelmente, a primeira vez que uma autarquia funciona com duodécimos no primeiro ano de mandato.