http://jn.sapo.pt/2006/03/01/grande_porto/greve_a_multa_continua_parquimetros.html
estacionamento Câmara e concessionária reúnem hoje por causa da polémica subida do custo
Nuno Silva
A "greve" à multa continua, em Valongo e
Contactada pelo JN, a empresa limitou-se a afirmar que "está a ser respeitado o contrato com a Câmara". Um argumento que não convence a autarquia, que já admitiu mesmo revogar a concessão e levar o caso para tribunal.
Reacções distintas
Certo é que a subida dos custos do estacionamento está a motivar reacções distintas entre os automobilistas, em Valongo e Ermesinde. Enquanto uns foram apanhados de surpresa, outros mal deram conta da diferença e houve também os que simplesmente estacionaram os veículos sem colocar a moeda, por saberem da "greve" que os fiscais camarários estão a fazer à multa.
Cecília Amorim, por exemplo, admitiu não se ter apercebido da mudança, mas não deixou de criticar a forma como os parquímetros estão distribuídos. "Não há um sítio em Ermesinde onde se possa deixar o carro sem pagar. Assim as pessoas deixam de cá vir", lamentou, classificando a instalação de parquímetros como "a maior estupidez de todos os tempos".
"O preço aumentou?"
Apoiado numa bengala, Serafim Rocha, que em Abril faz 78 anos, puxada moeda de 50 cêntimos para "comprar" uma hora de estacionamento. Os lugares destinados a deficientes estavam ocupados. O reformado também desconhecia a polémica em torno do tarifáro"O preço aumentou? Não sabia. Costumo pôr sempre 50 cêntimos".
"Já não bastava termos o imposto municipal de circulação... Enfim, têm que se arranjar fontes de receita de qualquer maneira", desabafou por sua vez Joaquim Silva, que tinha acabado de deixar o veículo numa zona de estacionamento pago, próximo à estação de Ermesinde.
Notas
Pagamento
O estacionamento é pago entre as 8.30 e as 20 horas nos dias úteis e das 8.30 às 13 horas, aos sábados. Aos feriados e domingos é gratuito. Cada hora custa 50 cêntimos.
História
Em Abril do ano passado, a Câmara de Valongo aprovou a redução do custo dos parquímetros de 60 para 30 cêntimos. Na semana passada, a concessionária subiu o preço para 50 cêntimos.
Desprevenidos "Fomos apanhados desprevenidos. A empresa diz que procedeu ao aumento de acordo com o contrato de concessão, mas o aumento deveria ter sido ratificado pela Câmara". Foi assim que Fernando Melo, presidente da autarquia, reagiu à subida do preço dos parquímetros, acrescentando que o assunto está a ser analisado pelos juristas. A matéria dominou a última Assembleia Municipal. O PS falou em "braço de ferro".
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