sexta-feira, 9 de novembro de 2007

Câmara reclama traçado alternativo para a A4

http://jn.sapo.pt/2007/11/09/porto/camara_reclama_tracado_alternativo_p.html

josé mota

Autarquia rejeita um novo viaduto sobre a cidad

Reis Pinto

A Câmara de Valongo defendeu, ontem, a construção de um novo troço da A4 entre as portagens de Ermesinde e Campo, que passaria a norte do actual traçado. Respondendo ao anúncio da empresa Estradas de Portugal (EP) e da concessionária Brisa, que terão manifestado a pretensão de construir mais um viaduto sobre Valongo para consumar o alargamento da A4, a Autarquia vai manifestar a sua discordância junto do Governo.

As obras de alargamento da auto-estrada deverão iniciar-se em 2009, mas a Câmara de Valongo foi "surpreendida", há cerca de três semanas, com o projecto apresentado pela EP/Brisa. Ontem, em reunião, foi deliberado, por unanimidade, rejeitar a opção da Estradas de Portugal, num documento que será entregue ao Governo.

A Autarquia deliberou rejeitar qualquer solução que "não passe pela construção de um novo troço entre Ermesinde e Valongo, desviado para norte do actual".

"Houve um primeiro contacto com a Estradas de Portugal e a alternativa que nos foi apresentada era interessante. Iria ser construído um novo troço da A4, entre Ermesinde e Campo, que passaria a norte do actual traçado, permitindo a ligação à A41 e acabando com aquela barreira na cidade. No entanto, foi agora anunciada a intenção de alargar o actual traçado, com a construção de mais um viaduto", afirmou ao JN, Mário Duarte, vereador da Câmara de Valongo.

Maria José Azevedo, vereadora eleita pelo Partido Socialista, subscreveu a proposta, mas fez notar que a Autarquia deveria ter "começado a pressionar mais cedo", mobilizando, igualmente, "a população de Valongo, que será extremamente afectada com a construção de mais um viaduto na cidade".

"Estamos solidários com a proposta, mas penso que a Câmara deverá ser, a partir de agora, mais pro-activa. Isto é, deve tomar a iniciativa e não estar à espera das decisões da Estradas de Portugal para depois as contestar. A Câmara tem de impor a sua opinião e exigir ser ouvida na elaboração do projecto de alargamento. Devemos ter em conta que um dos projectos da EP previa a passagem da auto-estrada pela serra de Santa justa. Toda a cautela é pouca", afirmou Maria José Azevedo.

Construído novo túnel

A Brisa anunciou, em Maio passado, que o estrangulamento da A4 provocado pelo túnel de Águas Santas iria ser resolvido com o recurso à construção de outra passagem inferior, a algumas dezenas de metros do actual. Aquela auto-estrada há muito que atingiu um volume médio de tráfego diário superior aos 60 mil veículos, quando o contrato de concessão obriga ao alargamento quando se regista um tráfego superior aos 35 mil veículos. A procura de alternativas ao túnel atrasou o processo "dois a três anos", conforme revelou, na altura, Almeida Mendes, director de gestão de empreendimentos da Brisa. Segundo aquele técnico, os estudos prévios para o novo túnel já estão concluídos e a obra poderá arrancar em meados do próximo ano. O novo atravessamento servirá para desviar o trânsito enquanto o actual túnel sofre obras de requalificação. Cada um deles irá, depois, servir um só sentido de trânsito.

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