http://jn.sapo.pt/2007/07/30/porto/centros_saude_campo_e_alfena_a_beira.html
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Num edíficio alugado e acanhado, médicos e enfermeiros tentam fazer o melhor pelos utentes de Alfena |
Manuel Vitorino, Adelino Meireles
É num pré-fabricado a funcionar "provisoriamente" há 15 anos que o Centro de Saúde de Campo, Valongo, atende mais 10 mil doentes. Não muito longe desta freguesia, em Alfena, as instalações rebentam pelas costuras. Já estiveram inscritos 13600 utentes, agora são 13700. "Trabalhar aqui é um calvário", ouve-se, entre médicos e enfermeiros.Os autarcas acompanham os lamentos das populações.
"Em Campo, não existe um centro de saúde digno de um país desenvolvido. É uma vergonha. Já alertei a ARS-Norte e o Ministério da Saúde e, até agora, nada feito. O equipamento não tem condições. Os espaços são acanhados. Só a construção de um centro de saúde de raiz poderá dar resposta às necessidades", diz José Carvalho, presidente da Junta de Freguesia de Campo.
No mesmo concelho, em Alfena, o eleito local, Arnaldo Soares, confirma o "péssimo" diagnóstico às infra-estruturas de cuidados médicos "A Unidade de Saúde Familiar funciona de forma extremamente deficitária. Os serviços só aceitam novas inscrições por casamento ou nascimento. Todos os outros têm de ir para Ermesinde, onde estão já a descoberto 10 mil utentes", lembrou.
Na nova cidade de Ermesinde, há velhos problemas por solucionar. O centro de saúde está esgotado (recebe 45 mil utentes, ou seja, mais do dobro da sua capacidade) e, como tal, foi lançada a construção, no lugar de Bela, de um moderno equipamento para 30 mil utentes. Estará pronto no próximo ano, mas antes de abrir já existem críticas quanto à sua localização."Foi má escolha. As populações não têm transportes públicos e as acessibilidades são más", concorda Sofia Freitas, da CDU e presidente da Assembleia Municipal de Valongo. "Que critérios estiveram na base da escolha da localização? O lugar da Bela está longe de tudo", salientam os autarcas de Campo e de Alfena. "Os terrenos foram encontrados através de uma parceria entre a Câmara de Valongo e a ARS/Norte. Foi uma maneira do Governo racionalizar recursos", aponta Afonso Lobão, do PS.
Perante o mau estado de saúde dos equipamentos de Valongo, o JN contactou, por diversas vezes, os responsáveis da ARS/Norte, mas apesar das insistências foi impossível obter esclarecimentos em tempo útil.
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