quarta-feira, 2 de novembro de 2005

Rotunda obriga peões a desvio de quilómetros

http://jn.sapo.pt/2005/11/02/grande_porto/rotunda_obriga_peoes_a_desvio_quilom.html


protesto Moradores de Alfena ameaçam boicotar inauguração no IC24 se não for feita passagem pedonal

Os moradores do lugar do Alto de Vilar, em Afena (Valongo), exigem a construção de uma passagem pedonal, confrontados com o facto de a rotunda de ligação ao IC24, construída na Estrada Nacional 105, lhes ter eliminado os acessos. As pessoas são, agora, forçadas a fazer desvios de quilómetros para poderem aceder ao "outro lado" da via, onde estão instalados os serviços e a maior parte dos estabelecimentos comerciais.

"Para irmos à farmácia, que fica a uns 150 ou 200 metros, temos de andar mais de um quilómetro. E para chegarmos ao Intermarché, por exemplo, temos de percorrer uns três quilómetros", criticou Mário Vieira, representante do grupo de moradores, que já enviou uma carta à Portuscale (Construtoras das Auto-Estradas do Grande Porto), dando conta da indignação popular. No mesmo documento, admite-se mesmo que, caso não haja resposta, os moradores boicotem a inauguração do novo troço do IC24.

"A Estrada Nacional 105 foi cortada a meio pela rotunda, que não assegurou condições para a circulação de peões, apesar de terem sido prometidas pelo construtor", acrescentou Mário Vieira. Assim sendo, e como alternativa, os moradores têm arriscado o atravessamento da rotunda, cujos passeios estão obstruídos...por rails.

Ponto de passagem

"Para não termos que dar uma volta muito grande para irmos à farmácia ou à padaria, temos ido pela rotunda, apesar de ser perigoso e estarmos sujeitos a ser colhidos por um carro", afirmou Branca Teixeira, que mora há 19 anos na Rua 1º de Maio, a poucos metros da nova rotunda sobre o IC24.

"Esta obra está mal feita. Como é que vamos agora atravessar a estrada? Vamos pelas bermas, arriscando-nos a levar uma 'trombada'?", questionou, por sua vez, António Silva, que mora há 40 anos no Alto de Vilar, sugerindo a instalação de uma "ponte" para peões. "Assim já não havia o risco de atropelamentos", argumentou.

Mário Vieira sublinhou que estão em causa "centenas de pessoas". "E esta estrada é também um ponto de passagem de peregrinos", sublinhou, defendendo que, caso não seja implementada uma passagem pedonal, sejam "pelo menos" instalados semáforos.

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