sábado, 4 de outubro de 2008

Centro de Saúde está há 15 anos em prefabricado

Valongo. Utentes da extensão de Campo ainda à espera de novo edifício

2008-10-04

CARLA SOFIA LUZ

Há cerca de 15 anos que a Extensão de Saúde de Campo, em Valongo, funciona, provisoriamente, num edifício prefabricado. O provisório passa a definitivo, enquanto não se cumpre a promessa antiga de construção de novas instalações.

A extensão de saúde serve 10 mil pessoas. Os utentes reconhecem a necessidade de um edifício de raiz na freguesia, apontando para a existência de um terreno disponível para acolhê-lo. Ainda assim, o prefabricado tem sido alvo de obras de beneficiação para dar mais conforto aos pacientes, aos médicos e aos funcionários.

"As condições são razoáveis. Acho que já fazia sentido ter um edifício novo com maior dimensão e melhores condições. As áreas de espera são pequenas. Venho poucas vezes cá, só para pedir e para marcar exames. As Urgências vão, geralmente, para o Hospital de Valongo", sublinha Filipe Pimenta, à saída do prefabricado branco e preto. Já Joana Almeida entende que as instalações são fracas e valia a pena investir em Campo. "As condições são fracas. Para melhor é sempre bom", remata a paciente, que recorre esporadicamente à extensão.

Já Orlando Moreira é presença quase diária na extensão de saúde, uma vez que dá auxílio na área do apoio domiciliário. "De facto, este edifício já tem muitos anos, mas ainda há piores. Este tem a vantagem de não ter escadas. Tem sido arranjado, mas continua a ser um prefabricado e os anos estão em cima. Até se fazer um novo, tem que ser este. Há muito tempo que já deviam ter construído o novo centro", sustenta.

Há dois anos, o grupo parlamentar do PCP questionou o Ministério da Saúde sobre a prometida edificação das novas instalações em Campo para servir 10 mil pessoas. Então, a resposta governamental reconhecia "a natureza provisória" do espaço actual e anunciava a "intenção do Ministério construir um edifício de raiz", como dá conta o deputado do PCP, Honório Novo. Agora, o comunista quer saber a razão para nada ter mudado em dois anos e se o Governo socialista vai incluir essa obra no Programa de Investimentos e Despesas de Desenvolvimento da Administração Central (PIDDAC) para 2009. Nesse sentido, fez dois requerimentos - um sobre a situação de Campo e outro sobre o atraso na realização de obras de remodelação das "péssimas instalações" da Extensão de Saúde de Alfena - ao Ministério da Saúde.

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