sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Moradores de Alfena criticam "isolamento"

http://jn.sapo.pt/paginainicial/pais/concelho.aspx?Distrito=Porto&Concelho=Valongo&Option=Interior&content_id=1072502


Congestionamento de tráfego da A41 provoca vários protestos

00h30m

MANUEL VITORINO

Uma "obra mal feita" assim classificam alguns moradores e comerciantes a reconversão urbana da EN 105, em Alfena, Valongo. A Câmara responde com uma frase certeira: "As críticas escondem motivações políticas".

Os estudos foram elaborados pela Câmara de Valongo e aprovados pela empresa Estradas de Portugal (EP). Objectivo apontado: permitir maior fluidez do tráfego aos utilizadores da EN 105 (Rua 1º de Maio) e criar melhores acessibilidades aos moradores e comerciantes da malha urbana de Alfena.

O projecto custou cerca de meio milhão de euros e, entre outras obras, englobou a construção da rotunda da A41 (Porto/Vila Real) por onde, diariamente, circulam milhares de veículos. A polémica começou aqui e, em ano de eleições, ganhou maior acuidade.

"A rotunda é a porta de entrada no concelho. A Câmara de Valongo esqueceu-se das saídas para o interior urbano e a obra não traduz a mobilidade desejada para quem aqui vive e trabalha", sustentou, ao JN, o empresário Paulo Rocha Gomes.

Olhando para a "obra incompleta" a moradora Ana Macedo deu conta dos "tempos infintos" que, diariamente, gasta nas viagens entre a residência e as compras ao supermecado ou na simples ida ao café. "Para percorrer cerca de mil metros gasto mais de dez minutos de carro. É o pára-arranca constante. A rotunda está sempre congestionada", diz, sem antes aludir ao facto do nó viário servir de distribuidor do "imenso tráfego" para diferentes locais, como Ermesinde, S. Pedro de Fins, Santa Cristina e Alfena.

A estudante Joana Ferreira Gomes alude a questão do "isolamento" para criticar a opção feita: "Toda a zona comercial está num beco sem saída. Os camiões de carga e descarga saiem da A41 e entopem todas as vias de circulação. Tenho um vizinho portador de deficiência e gasta tempos infinitos para satisfazer as suas obrigações diárias. A obra foi mal concebida e planeada", garante.

Há mais vozes de protesto, mas nem todos dão a cara. "Com receio de chatices", garante um deles que, não só defende uma "via única" para a circulação de camiões, como classifica de "difícil" a coabitação entre o parque industrial, zona residencial e comercial. Porém, toda a gente está de acordo num ponto: a vila "cresceu muito" nos últimos anos e como tal, a Câmara de Valongo devia criar as estruturas adequadas ao desenvolvimento económico e empresarial de Alfena.

"O projecto foi aprovado pela Estradas de Portugal e depois foi reformulado. As questões relacionadas com estacionamento, larguras das faixas de rodagem e localização dos separadores foram resolvidas. Mas não podíamos passar a vida em alterações. Durante muito tempo, gerimos uma série de conflitos entre moradores e comerciantes", referiu Mário Duarte, vereador.

Em declarações ao JN, o autarca discorda das críticas formuladas e prefere, antes, relacionar a polémica criada devido à agitação política e partidária de Alfena. "Só motivações políticas podem explicar a polémica. A vila de Alfena vive uma situação complexa", reconheceu, sem antes garantir o facto da rotunda da A41 ter "grandes dimensões" e como tal, não provocar congestionamentos.

Apesar de não atender às reclamações dos munícipes, o vereador Mário Duarte concordou, entretanto, na necessidade da Câmara de Valongo pensar na construção de outra via estruturante, desta vez, destinada a escoar o tráfego entre a vila de Alfena e as freguesias de Ermesinde e Valongo. "Ainda estamos na fase das ideias, dos estudos comparativos e procurar alternativas.Temos de ser cautelosos", concluiu.

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