sábado, 10 de janeiro de 2009

Urgência reabre ampliada após sete meses de obras

http://jn.sapo.pt/paginainicial/pais/concelho.aspx?Distrito=Porto&Concelho=Valongo&Option=Interior&content_id=1069792

Serviço, que trata em média 200 utentes por dia, deixou contentores e aboliu os papéis

2009-01-10

CARLA SOFIA LUZ

A Urgência do Hospital de Nossa Senhora da Conceição de Valongo deixou os contentores, após sete meses de obras de reconversão e de ampliação. Aboliu os papéis e tem melhores condições para tratar os 70 mil pacientes anuais.

Com uma área de influência que abarca cerca de 280 mil habitantes dos concelhos de Valongo e de Gondomar (também recebem moradores da Maia e de Paredes), a unidade hospitalar supriu a sua maior carência: a falta de espaço para dar assistência aos doentes que acorriam à Urgência. Hoje, o problema já não se coloca. O serviço trata, em média, 200 pessoas por dia - embora, no últimos mês, com o aumento de número de gripes passou para 260 tratamentos diários -, o que corresponde a 70 mil pacientes num ano.

A intervenção, que orçou 1,8 milhões de euros financiados por fundos estatais e comunitários, criou um acesso exterior à Urgência independente ao das consultas, além de reformular toda a área interna do serviço. Em simultâneo, investiu-se um milhão de euros na informatização do hospital, acabando com os papéis no serviço de Urgência. No futuro, a ambição da Administração, liderada por José Luís Catarino, é estender a todo o hospital. "Quando chega à Urgência, o doente é fotografado à entrada", explica. Feita a triagem, o utente é recebido pelo médico que lê as informações sobre o paciente na ficha disponibilizada na rede interna.

Se forem pedidas análises ou radiografias, os resultados serão colocados nessa ficha informática. Aliás, já não se utilizam películas nem reveladores para o raio x no Hospital de Valongo. Uma poupança importante para as contas da unidade e para o Ambiente.

O médico pede a radiografia nas consultas externas ou na Urgência. O doente é encaminhado para o raio X e, logo que é tirada, o resultado fica disponível na rede interna, podendo ser vista pelo computador. A qualidade de imagem é muito superior, ao ponto de pequenas fissuras em ossos que não eram visíveis nas películas agora serem detectáveis. Facilita o diagnóstico e, no momento de deixar o hospital, o paciente leva um CD com o exame.

O serviço de Urgência de Valongo trabalha directamente com o do Hospital de S. João, no Porto. Se um doente chega em paragem cardio-respiratória, é estabilizado na unidade de Nossa Senhora da Conceição - a sala de emergência possui todas as condições de reanimação -, sendo transferido para o Porto já monitorizado.

Os projectos para 2009, que pode ser o ano da transformação da unidade em empresa pública, contemplam a criação de um hospital do dia, que se destina, sobretudo, a doentes crónicos que precisam de tratamento frequente (os pacientes chegarão de manhã e, findo o tratamento, regressam a casa); de mais 24 camas de internamento na nova Enfermaria; e outra sala de bloco para Cirurgia do Ambulatório. Em três anos, a "actividade cirúrgica cresceu 280%", garantiu José Luís Catarino, acompanhado pelos restantes membros da Administração, Ilídio Lobão e José Ribeiro.

Em 2005, fizeram-se 625 cirurgias, enquanto, no ano passado, contabilizaram-se 1770, sendo 48% de cirurgias do Ambulatório. José Ribeiro garante que o hospital pode receber pessoas fora da área de referência (Valongo e Gondomar), pois a lista de espera nesse tipo de cirurgia é praticamente inexistente. "As pessoas têm de inscrever-se nas consultas no hospital e poderão ser operadas em oito a 15 dias", conclui.

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